TRICOTILOMANIA

A tricotilomania ainda é um distúrbio que está sendo estudado no tocante a sua gênese. O que ocorre na grande maioria dos casos é uma compulsão, um desejo, um hábito irresistível de alisar, manipular os cabelos ou mesmo arrancá-los. Neste último caso, após o arrancamento segue-se uma sensação de alívio seguida de culpa, pois neste estágio a pessoa já pode estar apresentando uma alopecia, muitas vezes até com sangramentos do couro cabeludo devido à enorme tração exercida sobre os folículos pilosos que gera lesões na epiderme.

Em alguns casos o problema pode se agravar levando a uma tricofagia que é o ato de se comer os próprios cabelos arrancados, que se perdurar pode levar a formação do chamado tricobezoar, um “chumaço” de cabelo encontrado no estômago muitas vezes só podendo ser extraído cirurgicamente.

Seja como for tal distúrbio deve ser tratado com acompanhamento psicológico com alguns métodos de abordagem dentre eles o preconizado pelo Dr. Phillip Shenefelt, da Universidade da Califórnia, que em 2005 publicou um artigo onde abordava diversos métodos de tratamento para distúrbios semelhantes, dentre eles o cognitivo-comportamental cuja técnica consistia em automonitorização do hábito de arrancar cabelos, controle dos impulsos induzindo o paciente a pensar nos pontos negativos relacionados a estes hábitos; treinamentos de como se evitar o hábito, substituição do hábito de arrancar os cabelos por outros hábitos mais saudáveis.

Em nossa experiência clínica, já atendemos diversas pessoas com este problema inclusive uma jovem senhora que tinha adquirido tal hábito na pré-adolescência, coincidentemente com a reportagem, após o divórcio de seus pais. Quando sugerimos a mesma um tratamento específico que incluía sessões de eletroterapia além do uso doméstico de produtos, ao que frisei que a mesma poderia aplicar o tônico em pequenas quantidades friccionando o couro cabeludo toda vez que sentisse vontade de arrancar os fios. Isso foi terapêutico para ela, que apresentou resultados significativos recuperando os fios e abandonando aquele mal hábito.

Por óbvio que a terapia deve variar caso a caso e que a abordagem deve ser individualizada e na maioria dos casos, multidisciplinar, ou seja, acompanhado pelo tratamento com psicólogo ou psiquiatra. O mais importante é a restauração da integridade capilar bem como da autoestima do paciente que sofre com esse inconveniente distúrbio.

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