Sem tinta: cabelos grisalhos de pacientes com câncer voltam a escurecer após novo tratamento

Os cabelos grisalhos de pacientes com câncer inesperadamente voltaram a escurecer enquanto tomavam novos medicamentos contra a doença, de acordo com estudo espanhol.

A quimioterapia é conhecida por fazer o cabelo cair. Quatorze pacientes, no entanto, receberam novos medicamentos de imunoterapia — Keytruda, Opdivo e Tecentriq –, tratamento que funciona de forma diferente e tem outros efeitos colaterais. A pesquisa sugere que, além de tratar o câncer, as drogas podem ajudar na recuperação do pigmento dos fios.

“Pensamos que poderia ser um caso isolado do primeiro paciente”, disse Noelia Rivera, dermatologista da Universidade Autônoma de Barcelona. Ela disse que a equipe de pesquisa se surpreendeu ao comparar as fotos do “antes e depois” de participantes do tratamento.

Há uma questão: foram 52 pessoas que receberam as drogas, mas apenas 14 tiveram o cabelo “tingido”. Enquanto a maioria não apresentou alteração de cor, os 14 casos sugerem que não é um achado isolado.

Em 13 pacientes, o cabelo ficou castanho escuro ou preto. Um único indíviduo ficou com os fios pretos com manchas. Outro fator estranho é que os mesmos remédios usados já haviam sido associados a uma perda de cor do cabelo em pacientes com outro tipo de câncer, o melanoma (pele).

Todos, exceto um dos 14 pacientes do estudo espanhol, apresentaram uma melhora na doença e melhores resultados que os outros. Os autores sugerem que a volta da cor aos cabelos pode ser um sinal de que o tratamento está funcionando.

Rivera diz que o estudo deve seguir para melhores confirmações.

“É um relato fascinante. É uma dessas coisas que surgem do nada”, disse June Robinson, professora e pesquisadora em dermatologia da Universidade Northwestern. Robinson também é editora da revista científica JAMA, que publicou o artigo.

Ela disse que os resultados merecem um olhar mais apurado e que é muito cedo para dizer que isso pode ser uma nova solução para os cabelos brancos.

Já Rivera diz que os remédios usados no estudo têm graves efeitos colaterais e que são inseguros para pessoas saudáveis. Ela diz, no entanto, que no caso de confirmação de eficiência para mudar a cor do cabelo, uma nova droga pode ser produzida com base no mecanismo.

Fonte: G1

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